"A sexualidade deve ser olhada como uma parte de nós" - fevereiro de 2018 - www.nit.pt
"Dicas para aumentar o desejo sexual para casados, solteiros ou cansados" - fevereiro de 2018 - www.nit.pt
"Anorgasmia, 'role playing' e swing: afinal, ainda não sabemos tudo sobre sexo" - fevereiro de 2018 - www.observador.pt
http://observador.pt/2018/02/13/anorgasmia-role-playing-e-swing-afinal-ainda-nao-sabemos-tudo-sobre-sexo/
"Educar... Formar... Intervir.... Prevenir!" - fevereiro de 2017 - Atlas da Saúde
Educar ... Formar... Intervir... Prevenir!
Mutilação Genital Feminina
A Organização Mundial de Saúde (OMS) consagrou que, no dia 6 de Fevereiro, deve ser relembrada e feita sensibilização de tolerância zero contra a prática da mutilação genital feminina.
Artigo de opinião publicado hoje no Atlas da Saúde por Vera Ribeiro.
http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/educar-formar-intervir-e-prevenir
"Infiel, o que ele procura numa amante" - novembro de 2016 - Revista Cosmopolitan - Pág. 64
Com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Viagra Feminino" - novembro de 2015 - Revista Máxima - Pág. ..
Escrito por Paula Santos, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Mulheres sem Sexo: Terão as one-night stand passado de moda?" - outubro de 2015 - www.observador.pt
Escrito por Helena Magalhães, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Mais Sexo Você Merece" - outubro de 2015 - Revista Men's Health - Pág. 62
Escrito por João Parreira, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Existe um sexo forte?" - Março de 2015 - Revista Cosmopolitan - Pág. 62 e 63
Escrito por Catarina Cruz, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Tanto barulho por tão pouco sexo" - Fevereiro de 2015 - Revista Correio da Manhã - 15.02.2015 Domingo - Da pág. 28 à 32
Escrito por Ana Maria Ribeiro, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Casar ou Morar Juntos?" - Abril de 2014 - Revista Cosmopolitan
Escrito por Catarina Cruz, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"10 ideias para apimentar a relação" - Abril de 2014 - MSN Saúde
Escrito por Carla Mateus, com colaboração Ana Carvalheira, Fernando Mesquita, Patrícia Pascoal, Sónia Araújo, Vera Carnapete, Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Ter um relacionamento feliz, mantendo uma relação de amor e sexo sempre viçosa, é o desejo de qualquer casal. E com alguma imaginação e originalidade é possível alcançá-lo. Conheça 10 sugestões que vão ajudar a apimentar a sua relação e manter a chama do desejo acesa.
Uma vida conjugal plena e satisfatória tem muito mais a ver com aspectos simples da vida do que com cenários rebuscados. Se cuidarmos de alguns ingredientes essenciais – autoestima, saúde do corpo, relação aberta com o parceiro – quer seja recente ou de longa data –, o desejo e o prazer estarão naturalmente presentes. Sobretudo, se colocarmos a nossa imaginação a trabalhar.
No entanto, todas as relações, principalmente, as que duram há já algum tempo, acabam por "arrefecer" um pouco. Com o tempo deixa de haver espaço para surpresas, romantismo e carinhos entre o casal. E quando esse momento chega, ou seja, quando o desejo diminui, uma das primeiras coisas que se pensa é que existe algum problema físico ou que o amor chegou ao fim. Mas não é bem assim. Existem inúmeros fatores que podem ameaçar o desejo e sexualidade do casal. Desde a forma como somos educados ao stress do dia-a-dia, passando pela rotina, o trabalho, a chegada dos filhos ou até mesmo a própria intimidade entre ambos.
A sexualidade é um problema do casal e nesta matéria não existem regras a seguir. Cabe a cada um dos parceiros ser sincero com o outro, dizer claramente o que quer da relação e investir nela. É importante contrariar a tendência que existe na sociedade atual e não sobrevalorizar determinados aspectos, como a questão do orgasmo e da performance sexual. "Ter relações sexuais é muito mais do que atingir orgasmos e pode ser muito redutor e frustrante dedicar grande parte da sua energia com a preocupação em relação ao seu desempenho e à sua performance", alerta Vera Carnapete, terapeuta especializada em sexologia clínica.
Na verdade, para a terapeuta, "se o que o que estivesse em jogo nos relacionamentos sexuais fosse só isso, as pessoas não perderiam tempo e energia a desenvolver uma relação, dar-se a conhecer e conhecer o outro. A relação sexual compreende um conjunto de significados que têm um enorme valor de comunicação, de partilha e de intimidade".
Ao que parece, o segredo das relações felizes é mesmo o tempo que o casal lhe dedica e a capacidade de se surpreenderem um ao outro. No dia-a-dia, em pequenos e grandes gestos e na forma como vivem a sexualidade.
Para ajudá-lo a não cair na rotina e a apimentar a sua relação, pedimos a seis sexólogos que nos dessem algumas sugestões para tornar os momentos de intimidade mais cúmplices e repletos de desejo e prazer. O único requisito é que ambos estejam dispostos a abandonar velhas rotinas ou intercalá-las com novas formas de erotismo, experimentando atmosferas mais românticas e novas fantasias. Espreite a galeria abaixo, aguce a imaginação e prepare-se para surpreender o seu par.
"Pensa antes de responder: ÉS FELIZ?" - Março de 2014 - Revista Cosmopolitan
Escrito por Rita Tilly, com colaboração Maria João Viana (autora do livro É Possível ser Feliz) e Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Os alimentos e a líbido: o prazer começa no prato - Março de 2014
inspiresaude.com
Escrito por F. Pina, com entrevista a Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
A líbido não é uma equação simples. Envolve questões físicas e emocionais. Depende das expectativas e das circunstâncias do momento; depende de questões culturais e de relacionamento; depende da autoestima e depende da vontade. E sim, também depende da alimentação. Veja que alimentos podem ajudar a sua líbido.
A alimentação é necessariamente um dos pontos importantes quando pensamos no desejo sexual. Não se julgue por isso que há alimentos milagrosos, que resolvem na cozinha num piscar de olhos o que não tem corrido bem no quarto. Mas talvez não seja por acaso que o nosso apetite influencie o nosso outro apetite; o sexual.
Ao longo da história a alimentação e a líbido sempre se encontraram no imaginário popular. Os Romanos sugeriam o consumo de ostras. Mas também a batata era considerada um afrodisíaco na Europa quando começou a chegar do outro lado do Atlântico – neste caso talvez o facto de então ser quase exótica tenha contribuído para esta fama. O próprio William Shakespeare, em MacBeth, fazia referência aos efeitos do álcool (it provokes the desire, but it takes away the performance – confirmando pela experiência o que a ciência provou mais tarde: que o álcool pode ajudar à desinibição mas que tal efeito não vem sem contraindicações). Sem dúvida: as nossas opções à mesa têm influência no que fazemos entre os lençóis.
Com maior ou menor relação com a realidade, a verdade é que os chamados alimentos afrodisíacos há muito que são tema. Mais importante ainda: a alimentação pode mesmo fazer a diferença no que à vida sexual diz respeito. Veremos como.
O que nos faz bem
No que à sexualidade diz respeito, os alimentos podem ter diferentes formas de ação. Podem ajudar a aumentar a líbido (e aqui falamos do desejo sexual); podem ajudar a aumentar a potência sexual e podem também ser uma ajuda quando o que se procura é aumentar o prazer sexual.
No caso da líbido, o que se procura são fontes que ajudem na produção de testosterona e dopamina. Embora a produção de testosterona seja diferente entre os sexos, esta é responsável pelo desejo quer no homem quer na mulher. No caso da dopamina, a sexóloga Vera Ribeiro explica-nos que esta funciona como neurotransmissor, sendo "responsável pelo controlo da resposta emocional, atenção, cognição, processos hormonais... estando assim associada ao desejo sexual".
O salmão, a sardinha e o atum, por exemplo, são peixes que costumam fazer parte da nossa dieta e que são uma ótima fonte de Omega 3 – e a líbido é apenas uma das funções do nosso organismo que beneficia de Omega 3. Mas este também se pode encontrar na soja ou, por exemplo, em óleo de linhaça ou de canoila.
Alimentos ricos em zinco – como é o caso de mariscos, ostras, gengibre, cogumelos ou frutos secos como nozes e castanhas – são também uma opção a ter em conta. Entre outras funções no nosso organismo, o zinco pode ajudar na disfunção erétil. A sua carência pode facilitar a disfunção erétil, no caso dos homens, enquanto que nas mulheres esta carência pode contribuir para menstruações irregulares. Mas há mais opções.
O magnésio é outro nutriente que deve fazer parte de uma alimentação equilibrada – e de uma vida sexual ativa. O magnésio favorece o funcionamento das células, ajuda na regularização da temperatura corporal e na reparação de tecidos e é indispensável para a atividade hormonal. É também conhecido como o mineral antisstress – o que quer dizer que a sua carência pode contribuir para alguma irritabilidade, o que não é de todo o humor que se quer nos momentos mais íntimos.
Podemos encontrar magnésio em diversos alimentos, como cereais integrais, aveia, milho, algas, frutos secos mas também frutas como papaia e manga, em espinafres e até no chocolate preto (embora isto não deva servir de desculpa para se abusar do chocolate).
Outra ajuda que podemos ter através da alimentação é dos chamados bioflavonoides. Estes encontram-se em frutos vermelhos e na generalidade dos vegetais. Além das propriedades antioxidantes (que ajudam na prevenção de doenças vasculares e de certos tipos de cancro), têm também uma ação anti-inflamatória, antialérgica e hormonal. Vitaminas do complexo B, onde se inclui frutas como a banana e vegetais como os aspargos ou os brócolos são também uma boa fonte de energia. As vitaminas B-5, B-6 e B-12 em particular ajudam a combater o stress e a equilibrar os níveis hormonais (sendo que no caso da B6 podem contribuir para a fertilidade feminina, enquanto a B12 pode ser um auxílio no aumento da contagem de espermatozóides. Podemos encontrá-las em ovos, na soja em peixes como o salmão.
Além do que já falámos, nunca é demais esquecer que há alimentos que têm também uma função vasodilatadora, o que na prática significa que aumentam o fluxo sanguíneo, o que no caso dos homens facilita a ereção, enquanto que nas mulheres esta ação sanguínea contribui para uma maior facilidade em atingir o orgasmo. É o caso do alho, ótimo no sabor que dá à comida e na saúde que nos dá, mas também com picantes. No caso destes naturalmente que não se aconselha o consumo em grandes quantidades, mas a verdade é que não é por acaso que o picante costuma ser referido quando pensamos em alimentos afrodisíacos.
A saúde sexual é uma parte importante da saúde geral. Se a sua libido diminuiu, uma boa nutrição pode ajudar a restabelecê-la. Se sua libido está bem, uma boa nutrição vai mantê-la assim. Mas atenção. Como a sexóloga Vera Ribeiro nos recorda, uma boa alimentação por si só não chega. "A atração sexual tem de estar presente em conjunto com uma alimentação equilibrada".
O que nos faz mal
Vera Ribeiro recorda-nos também que "a sexualidade depende do bom funcionamento do nosso cérebro, se este não for bem enriquecido nutricionalmente não desempenhará as funções habituais, e uma delas será a sensação de desejo sexual". Nalguns casos poderá ser necessário recorrer a um suplemento alimentar mas se estamos a falar de desejo sexual convém nunca esquecer do que falámos no início deste texto: depende de vários fatores (não deixe por isso de tentar perceber se o problema não se deverá a questões da própria relação nem experimente suplementos alimentares que se poderão mostrar desnecessários).
A sexóloga acrescenta ainda que "a prática de exercício físico, dormir bem e evitar alguns alimentos também é importante para o aumento da dopamina, o que se traduz em sentimentos de satisfação e bem-estar".
Dizermos que a alimentação pode interferir na esfera sexual não pode ser visto apenas do ponto de vista da carência. Uma alimentação equilibrada depende também de evitarmos consumir certos alimentos em excesso. É o caso das gorduras saturadas e de alimentos com muito açúcar.
Uma refeição sensual
Um menor apetite sexual pode resultar de um desequilíbrio nutricional. Mas se o problema envolve questões afetivas, é natural que a alimentação não chegue para resolver o problema. Uma boa forma de aplicar as sugestões de alimentos que demos pode ser preparando uma refeição. Além dos benefícios nutricionais, este gesto pode ser uma forma de quebrar a rotina, criando um ambiente mais propício ao romance. E não precisa de ser uma refeição rígida,como se estivesse a preparar para exercícios bélicos.
Os doces podem ser um "mimo" a incluir numa refeição que se quer afrodisíaca, desde que não se esqueça que em excesso são contraproducentes. O mesmo se aplica à tal lição que William Shakespeare nos deu a propósito do álcool – por isso, se nos permite fazer uma sugestão, se for preparar uma refeição à sua cara-metade, acompanhe com um simples copo de vinho tinto, uma opção elegante que não vai deixar de aguçar o paladar. E não se esqueça: se comerem demasiado, são capazes de não se sentirem tão predispostos a atividades mais físicas.
Na cama como à mesa, há mais envolvido do que o que está à vista. É por essa razão que a sexóloga Vera Ribeiro nos diz que os alimentos por si só não têm o poder de fazer todo o processo sexual acontecer. "Tem de haver interesse, e algo que desperte o desenrolar do desejo, ou seja é preciso que alguém acenda o fósforo para ele arder... os alimentos afrodisíacos fazem com que o fósforo tenha boa qualidade para acender, mas se não lhe pegar fogo ele não acende".
"Novo Ano, Novas Regras, Novo EU" - Janeiro de 2014 - Revista Cosmopolitan
Escrito por Rita Tilly, com colaboração de Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Escrito por Rita Tilly, com Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Escrito por Rita Tilly, com Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Escrito por Pedro F. Pina, com entrevista a Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Os alimentos que consumimos podem influenciar o desejo sexualGetty Images
"Let's talk about (bad) sex" A Dois - Edição de Agosto de 2013 - Revista Happy Woman
Escrito por Helena Magalhães, com Vera Ribeiro e Vânia Beliz, Psicólogas Clínicas
Escrito por Pedro F. Pina, com Fernanda Águas, ginecologista, e Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
A menopausa é um período de mudanças profundas, do ponto de vista hormonal. Mas a menopausa não é apenas uma mudança biológica. É um momento na vida da mulher que pode trazer desafios aos quais a sexualidade não é imune.
O ano é 1991. O trio feminino de hip-hop Salt n' Pepa lança um single que chega ao primeiro lugar nos tops de vários países. A atitude é de brincalhona provocação, o ritmo é gingão e o refrão é um daqueles bem orelhudos, capaz de vir à memória mesmo nos momentos menos oportunos – respeitando a melhor tradição pop. As Salt n' Pepa ganham o seu destaque nos tops de música. E mais de duas décadas depois lembramo-nos mais uma vez que não são só as melhores músicas que envelhecem maravilhosamente. Falemos então de sexo. E dos desafios que a menopausa traz à sexualidade da mulher e do casal.
A menopausa assinala o fim definitivo da fertilidade natural da mulher. Trata-se de um fenómeno perfeitamente natural, que geralmente ocorre por volta dos 50 anos. No entanto, são várias as mudanças no corpo e no estado emocional da mulher. Ao deixar de libertar óvulos mensalmente, o corpo deixa também de produzir estrogénio, resultando daí grande parte dos sintomas que a mulher apresenta na menopausa.
Embora algumas mulheres mantenham menstruações regulares até à menopausa, o mais frequente é sentir-se diferenças na duração, intervalo e fluxo das menstruações. É também comum sentir-se diferentes sintomas nesta fase do climatério – período de transição da pré-menopausa até à pós-menopausa. Alguma irritabilidade, insónias, alterações ao nível da memória e da capacidade de concentração e os desconfortáveis afrontamentos são alguns dos sintomas.
Por mais natural que seja a menopausa, não significa que esta seja fácil ou simples para a mulher. Fernanda Águas explica-nos que "após a menopausa há uma redução da produção de hormonas pelos ovários, sobretudo estrogénios e progesterona, mas também androgénios, que podem interferir com a resposta sexual na mulher". A isto acrescente-se os sintomas do climatério, de que falámos acima, que "poderão contribuir para a falta de interesse da mulher pelas relações sexuais". Finalmente, a "atrofia dos órgãos genitais (...) poderá causar desconforto e dificuldades nas relações sexuais, impedindo que a mulher possa sentir prazer".
Não se estranhe por isso que haja algum receio de que estas mudanças possam ter impacto na vida sexual da mulher (e, por inferência, do casal). Mas queremos desde já citar Fernanda Águas, ginecologista-obstetra, com quem falámos a propósito deste tema: "Não é possível afirmar que a menopausa, por si só, tenha um impacto negativo na vida sexual".
No que à vida sexual diz respeito, a biologia só nos conta parte da história.
Uma questão de corpo e mente
É possível que antes da menopausa já se sinta uma diminuição progressiva da líbido, o que leva a uma diminuição da frequência das relações sexuais do casal. Além do mais, convém não esquecer que a vida sexual de um casal já tem habitualmente muitos desafios pela frente (a rotina na relação, o excesso de trabalho, preocupações várias – lembremo-nos do impacto que a crise também tem tido na vida de tantos portugueses), entre muitos outros desafios que a vida nos coloca.
Percebe-se assim que há questões físicas a ter em conta mas que seria tremendamente redutor pensar que explicam todos os problemas que por vezes entram no quarto, interferindo na intimidade do casal. "A sexualidade após a menopausa não pode ser desligada da sexualidade anterior, do relacionamento afetivo do casal e também do estado de saúde de ambos os membros, homem e mulher", realça a ginecologista. Afinal de contas, também os homens passam por mudanças ao nível da líbido, sofrendo mesmo, por vezes, de disfunção erétil. À sua maneira, também enfrentam a sua forma de menopausa, vulgarmente designada como andropausa.
A história não acaba assim
Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga, explica-nos que algumas mulheres não chegam a sentir "qualquer diferença no seu decréscimo hormonal". Ainda assim, para quem sente e se ressente estas mudanças físicas, "existem possibilidades quer a nível da sua libido, quer a nível da lubrificação", recorda a sexóloga.
Sobre este aspecto, a terapia hormonal de substituição poderá fazer parte da solução Fernando Águas explica-nos que esta terapia "trata os sintomas vasomotores e tem repercussões positivas a nível psicológico reduzindo o humor depressivo. Os estrogénios locais melhoram a vascularização dos genitais e a sua troficidade evitando a dor e o desconforto nas relações sexuais".
Mas os conselhos e os cuidados a ter não ficam por aqui. E ambas as especialistas fazem questão de realçar que não podemos nunca ignorar as questões psicológicas. Afinal de contas, o erotismo, a intimidade e o prazer sexual dependem tanto da cabeça como do corpo.
Vera Ribeiro realça a importância de existir "investimento a nível íntimo e relacional". Isto significa que da mesma maneira que há terapias e ajudas para os sintomas do climatério, também existem formas de lutar contra os desafios a que relações longas e duradouras são sujeitas com o passar dos anos.
"Se a mulher se sentir amada e desejada é uma porta aberta para que consiga equilibrar-se nesta fase. Uma boa relação conjugal, de partilha, compreensão, diálogo e afeto são os alicerces para restabelecer a carência emocional que é sentida no decorrer desta fase. Sentir-se bem consigo mesma, com uma boa imagem de si e do seu corpo, são pontos fundamentais neste momento. O desejo sexual pode ser motivado pela boa relação conjugal, desde que seja fomentada a fantasia e imaginário", conclui a sexóloga.
Finalmente, aproveitamos para questionar a ginecologista Fernanda Águas, sobre se a sexualidade após a menopausa é diferente: "não tem que ser diferente", diz-nos, derrubando fatalismos. "Se existir um bom ambiente emocional e afetivo entre o casal, se a experiência dos anos pré-menopausa foi positiva e compensadora e se forem tomadas as medidas necessárias para compensar eventuais problemas físicos", a verdade é que as razões para preocupações até podem ser menores. É uma questão de perspetiva de cada um, é certo, mas a idade também tem os seus benefícios. Como nos recorda a ginecologista, o "facto de após a menopausa não existir o perigo de uma gravidez indesejada pode atuar no sentido favorável uma vez que liberta o casal do uso de medidas contracetivas que adotaram durante o período de vida fértil".
No que à sexualidade e à menopausa diz respeito, a verdade é que o prazer até pode ser diferente. Mas isso não significa que seja pior. Se pensarmos bem, o conselho das Salt n' Pepa continua a ser muito atual para qualquer casal: let's talk about sex, se for caso disso. De resto, não seria a primeira vez, nem com certeza será a última, que a experiência "triunfa" sobre a juventude.
Fontes:
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e mestre em sexologia
- Fernanda Águas, ginecologista-obstetra, Diretora do Departamento da Saúde da Mulher da Maternidade Bissaya Barreto e Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia
- As Sete Idades da Mulher, de Rosemary Leonard
"As infeções sexualmente transmissíveis não escolhem idades" - 22 de Maio de 2013 - MSN Saúde
Autor do artigo: Jornalista Pedro Pina, colaboração de Dra Vera Ribeiro - MSN Saúde - 22 Maio de 2013
A importância de uma sexualidade responsávelImage Broker/Rex Features
Podem ser praticamente invisíveis, manifestar-se das mais diversas formas e terem consequências violentas. Saiba mais sobre sintomas e tratamento. E veja por que razão é importante continuarmos a falar de infeções sexualmente transmissíveis.
Falar em cuidados quando o assunto é sexo pode não ser divertido, engraçado ou minimamente "fixe". Sim, é certo que ninguém gosta de ser desmancha-prazeres, em particular quando o assunto é a intimidade. Mas a sexualidade só é verdadeiramente apreciada se a saúde não for posta em causa. Ou, dito de outra maneira, existem coisas bem menos "fixes" que falar de cuidados ou usar um preservativo. Como por exemplo contrair uma doença devido a uma relação sexual.
As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são fáceis de definir em teoria: tratam-se de infeções contagiosas cuja principal via de transmissão é a atividade sexual. Podem ser transmitidas pelo contato direto com lesões superficiais mas a atenção deve estar centrada nos principais fluídos (sangue, fluídos vaginais, esperma, secreções de feridas), que devem ser mantidos fora do corpo do parceiro.
No entanto, o que as IST significam e implicam na prática é bastante mais complexo. Para além das sequelas físicas – como por exemplo a infertilidade ou lesões que podem ser irreversíveis – também podem ser incómodas e provocar outro tipo de lesões, estas a nível psicológico. E se é certo que em muitos casos são perfeitamente tratáveis, há situações em que um único erro já não será apenas um susto. É mesmo uma consequência para o resto da vida.
Reconhecer para prevenir
No seu site, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) adianta que "por vários motivos, o número de casos reais de IST não é conhecido". O facto de ser uma problemática que mexe com a intimidade das pessoas e de nesta designação, de infeções sexualmente transmissíveis, caberem as mais variadas patologias ajuda a perceber por que é que é difícil termos uma ideia concreta do número de casos. Ainda assim, para termos uma ideia mais precisa, a ginecologista Elsa Delgado explica-nos que entre as mais prevalentes entre nós encontramos infeções tão diferentes como VIH/SIDA, o vírus do papiloma humano-HPV, a gonorreia, a sífilis, a hepatite B, ou o herpes genital, entre muitas outras.
Os testes de deteção das doenças sexualmente transmissíveis são variados e geralmente não são agradáveis, mas são necessários para sabermos como está a nossa saúde sexual. Para melhor a podermos preservar.
Infeções sexualmente transmissíveis: sintomas e tratamento
Clamídia
Causada por uma bactéria, é das IST mais frequentes. Nos homens, os sintomas a ter em conta são corrimento no pénis e sensação de ardor ao urinar. Nas mulheres não há sintomas – normalmente descobrem porque o diagnóstico foi feito ao parceiro – por isso geralmente permanece desconhecida durante mais tempo. A clamídia é uma das causas mais frequentes de infertilidade. Como mais facilmente passa despercebida, pela falta de sintomas, a infeção pode alastrar às trompas e ao útero. Em caso de dúvida, não vale a pena adiar: deve-se consultar de imediato o médico. É necessário efetuar análises à urina e/ou fazer um exame ginecológico. O tratamento é um antibiótico.
Gonorreia
Causada por uma bactéria que passa através das relações sexuais, os sintomas geralmente aparecem cerca de dois a três dias depois da infeção. Nos homens, os sintomas são semelhantes à da clamídia (corrimento no pénis e ardor a urinar). No caso das mulheres geralmente não há sintomas mas cerca de 10 por cento poderá sentir ardor. As consequências também podem ser as mesmas do que com a clamídia. Ainda em relação às mulheres, uma infeção ligeira dá 3 por cento de risco de infertilidade. Três infeções graves e o risco passa para 75 por cento. Será necessário fazer um exame ginecológico e análises ao sangue. O tratamento é feito com antibióticos.
Sífilis
Causada por uma bactéria, no limite pode ter implicações muito graves, podendo levar mesmo à morte. Esta bactéria aloja-se nos órgãos sexuais (vagina ou pénis) e produz uma espécie de úlcera com um ligeiro corrimento que desaparece ao fim de algumas semanas. Isto, no entanto, não 0signficia que se esteja curado. A bactéria continua no organismo e se não for tratado pode-se infetar o parceiro ou transmitir ao bebé durante a gravidez. Sem tratamento algum, a sífilis pode afetar o cérebro e órgãos. Em caso de suspeita deve-se contactar de imediato o médico. É necessário um exame sanguíneo e o tratamento é feito com antibióticos.
Herpes
O herpes é causado por um vírus. A maioria destes não dá origem a uma IST mas um em particular sim: o herpes genital. Há uma primeira fase, dolorosa, em que depois podem surgir vesículas ou bolhas nos órgãos sexuais (masculino e feminino), que podem até desaparecer e voltar noutra altura. O risco de infetar um parceiro existe e não há uma cura específica, embora haja medicamentos que aliviam os sintomas. Em caso de dúvida será necessário efetuar um exame físico, análises ao sangue ou fazer um exame ginecológico.
Candidíase
Não é necessariamente uma IST porque se pode contrair candidíase sem nunca ter tido relações sexuais. Ainda assim, exige cuidados. A Candida é um fungo que pode ser debelado. Os sintomas são comichão e corrimento – independentemente do género – e merecem a devida atenção. O médico poderá receitar um preparado para aplicar localmente. É importante também perceber se há alguma causa além das relações sexuais desprotegidas – como por exemplo uma baixa do sistema imunológico.
Esta lista podia ser mais extensa mas a principal preocupação continua a ser o VIH/SIDA. Desde os anos 80, altura em que era conotado com a homossexualidade, até aos dias de hoje – em que a informação se encarregou de ir desfazendo alguns preconceitos –, a verdade é que muita coisa já mudou para melhor mas os riscos continuam.
Mas se a consciência quanto à gravidade do VIH/SIDA já evoluiu, outras IST não tiveram direito ao mesmo tratamento. Por isso nunca é demais esclarecê-lo: há muitas outras possíveis infeções que poderão ter um impacto igualmente gravoso. É por isso que o cuidado e a sexualidade devem continuar lado a lado, já que a melhor prevenção resume-se a "práticas sexuais responsáveis", como enfatiza Elsa Delgado.
O que não podemos esquecer
Os adolescentes são habitualmente a maior preocupação quando falamos em IST. Além de a adolescência ser um período particularmente intenso, no que às mudanças diz respeito, as primeiras experiências sexuais surgem numa altura em que também acontecem outras transformações substanciais. A autonomia vai sendo maior, a relação com os pares torna-se central e embora haja diferenças entre rapazes e raparigas – Vera Ribeiro, psicóloga clínica, recorda-nos que "as raparigas são muito mais exigentes no uso do preservativo", nem que seja pelo receio de uma gravidez –, sabemos que são muitos os desafios que acompanham o crescimento.
A informação existe, chega até aos jovens, mas como a sexóloga Vera Ribeiro nos explica, o caminho entre saber a teoria e aplicar na prática nem sempre é simples: "este é um processo que se torna complicado visto os jovens terem muito presente a necessidade de arriscar e exceder limites e muitas dessas situações de risco são feitas de uma forma não elaborada (...) trata-se de viver aquele momento sem pensar nas consequências".
Curiosamente, embora centremos muitas preocupações com as IST na adolescência, é possível que estejamos a descurar outras grupos. Vera Ribeiro e Elsa Delgado alertam, no entanto, para um fenómeno curioso, um que atribuem a alguns lugares comuns veiculados pelos media, e que na prática nos faz lembrar de uma velha máxima: "faz o que eu digo, não faças o que eu faço".
A ginecologista Elsa Delgado explica-nos que "para os jovens existem programas escolares, muitas vezes com o apoio de equipas de saúde, consultas de planeamento familiar de adolescentes em centros de saúde e algumas instituições hospitalares com equipas multidisciplinares disponíveis para esclarecimentos e ensinamentos nesta área".
No entanto, acrescenta, "estes recursos para os menos jovens não são tão acessíveis, por vezes os profissionais não estão tão alertados, disponíveis e recetivos a esses esclarecimentos e se os procuram muitas vezes não lhe são tão facilmente disponibilizados ao que acresce ainda a vergonha ou o receio de serem julgados". No caso do preservativo masculino em particular, se o seu uso nem sempre é um automatismo para os rapazes adolescentes, no caso dos homens mais velhos a adaptação pode ser ainda mais difícil – com questões culturais, falta de hábito e alguma desinformação a contribuírem para o risco.
Simplesmente conversar
Nas últimas décadas sociedade mudou e com ela mudou também a forma como olhamos para as questões mais íntimas. Hoje em dia tanto há adolescentes a iniciar a atividade sexual mais cedo, como encontramos casais na terceira idade que ainda desfrutam de uma vida sexual ativa, como pessoas que mantiveram o mesmo parceiro sexual anos e anos mas que a dada altura se divorciaram. Para todos estes casos – e estão aqui como simples exemplos – haverá circunstâncias próprias mas há noções que devemos ter em qualquer circunstância.
Uma delas diz respeito à história sexual do parceiro. Não se trata aqui de ter um interrogatório extensivo ou de viver toda a sexualidade com desconfiança. A questão é até bastante simples: independentemente de a pessoa conhecer o seu percurso sexual, a verdade é que não conhecemos a da outra pessoa. Acrescente-se a isto que por vezes podemos ser portador de uma infeção, embora nunca tenhamos sentido um sintoma que servisse de alerta.
A ginecologista Elsa Delgado explica-nos que “a prática de sexo seguro é a melhor maneira de prevenir estas infeções, e isto significa que o que se pretende é reduzir ao máximo os riscos, e decidir que riscos estamos ou não dispostos a correr”.
A sexóloga Vera Ribeiro adianta que temos assistido “a uma maior consciência e acordo de ambas as partes dos parceiros em fazer o rastreio” quando se trata de optarem por ter relações sexuais desprotegidas. É um sinal positivo, sem dúvida, mas que também nos serve como exemplo: numa relação, a comunicação e a confiança são essenciais – e isto vai além da sexualidade propriamente dita.
Finalmente, Elsa Delgado resume-nos os essenciais a ter em conta se queremos ter uma vida sexual saudável (e feliz, acrescentamos): utilizar sempre o preservativo masculino ou feminino, não permitir que os fluídos entrem no corpo do seu parceiro(a), não ter atividade sexual se tiver sintomas de IST e, finalmente, verificar periodicamente, através de exames médicos, se se é portador de alguma IST. É um pequeno esforço extra que pode fazer a diferença.
Desfazer mitos sobre as Infeções Sexualmente Transmissíveis:
- não se apanham nas sanitas, pelas maçanetas das portas das casas de banho ou pelas toalhas;
- podem apanhar-se e não se dar por isso;
- podem apanhar-se mesmo que “não se vá até ao fim”
(Mário Cordeiro, in O Grande Livro do Adolescente)
Fontes:
- Elsa Delgado, ginecologista-obstetra
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e mestre em sexologia
- O Grande Livro do Adolescente, de Mário Cordeiro
- Portal da Saúde
"O Sexo está mais rápido" A Dois - Edição de Maio de 2013 - Revista Happy Woman
Autor do artigo: Jornalista Carla Novo, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Happy Woman - nº87 Maio de 2013, pag 138
"Falta um bocadinho assim..." Amor & Sexo - Edição de Maio de 2013
Autor do artigo: Jornalista Rita Tilly, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Cosmopolitan - nº253 Maio de 2013
"Disfunção Erétil: É possível vencer o problema" - 14 de Fevereiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Pedro F. Pina, com entrevista a Vera Ribeiro, sexóloga - MSN Saúde online Fevereiro de 2013
Noel Hendrickson/Getty Images
Para os homens, talvez seja uma espécie de pesadelo tornado realidade: o momento é íntimo, a vontade está lá, mas a ereção não chega. Daí à culpabilização o caminho pode ser bastante curto. Quem escolhe o silêncio vai agravar o problema antes de o poder resolver.
Numa sociedade em que muitas vezes o papel do homem se define pela virilidade, e em que essa virilidade muitas vezes se define pelo vigor de um pénis, a disfunção erétil não é apenas um problema prático: pode mesmo colocar em causa a forma como o homem se vê a si próprio.
Quando o assunto é sexo, nenhum homem gosta de pensar em si como um problema. Entre mitos, receios infundados e uma pressão que é ao mesmo tempo social e pessoal, por vezes a disfunção erétil deixa de ser um simples problema para se tornar um autêntico gigante, um Golias que parece impossível de matar. Mas como em todas as fábulas em que há um gigante por derrotar, o que o herói aprende é sobre si próprio. Afinal de contas a solução para o problema não era impossível nem estava assim tão longe. Era só mesmo uma questão de a descobrir.
Enfrentar o gigante
A psicóloga clínica e sexóloga Vera Ribeiro explica-nos que "a disfunção erétil caracteriza-se pela incapacidade ocasional ou recorrente de obter ou manter uma ereção, em pelo menos três meses". Serve isto para dizer que uma situação esporádica não deve ser entendida como um problema de maior. Mas antes de continuarmos a falar do problema propriamente dito, não queremos deixar de recuperar uma frase do cardiologista Manuel Oliveira Carrageta, que na sua obra Como ter um coração saudável dedica um capítulo à disfunção erétil: "a esmagadora maioria dos casos poderá ser tratada com sucesso".
Durante muito tempo, julgou-se erradamente que a disfunção erétil era quase sempre uma questão que estava apenas na cabeça (na que pensa mesmo, entenda-se) do homem. Atualmente, percebemos que a maioria dos casos tem por trás uma questão física. Na verdade, a disfunção erétil pode ser muitas vezes um sinal de um possível problema clínico.
Uma ereção resulta de um processo complexo que envolve cérebro, hormonas, nervos pélvicos e os vasos sanguíneos que irrigam o pénis. Frequentemente, a disfunção erétil provém com maior frequência de uma causa física, geralmente uma doença crónica, o efeito secundário de um tratamento, uma possível lesão decorrente de um traumatismo ou até uma combinação de diferentes fatores. Mas há também momentos em que questões psicológicas e físicas podem confundir-se. É por isso essencial saber-se o que está em causa em cada caso.
Doenças coronárias, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, doença de Peyronie ou distúrbios hormonais encontram-se entre as principais causas. A lista poderia ser mais longa mas neste contexto serve para percebermos um ponto importante: a maior parte dos casos é mesmo por razões físicas. O que quer dizer que muitas vezes a disfunção erétil pode ser resolvida (ou prevenida) através de algo que está ao nosso alcance: a adoção de um estilo de vida saudável.
O exercício físico e uma alimentação correta podem muitas vezes ser o que basta para debelar o problema. A isto acrescentemos fatores de riscos que podem ser evitados, com o tabagismo, o alcoolismo e o abuso de drogas ilícitas a surgirem no topo das prioridades. E se é verdade que o envelhecimento também se incluiu nos fatores de risco, não é menos verdade que envelhecer não é sentença. E que a sexualidade pode ser vivida com todo o prazer ao longo da vida.
Por outro lado, quando a questão é psicológica, geralmente estamos perante as mais variadas questões circunstanciais. Vera Ribeiro refere o cansaço, o stress, uma baixa autoestima, ou a depressão como exemplos de situações de cariz psicológico que têm impacto na ereção. Mas um "trauma psicológico vivido no âmbito sexual" ou a ansiedade de desempenho (mais comum entre os jovens, por uma questão de experiência) também se podem encontrar entre as razões psicológicas.
N'O Livro do Sexo, a autora Laura Berman escreve que "a líbido masculina é mal compreendida. Nós [mulheres] somos educadas para achar que os homens são criaturas sexuais e vorazes e libidinosas, que pensam em sexo a toda a hora. Mas ao contrário do que se pensa, a líbido masculina não é um animal incontrolável".
Compreendemos aqui por que razão muitas vezes as expectativas culturais podem chocar de frente com a simples biologia. O apetite sexual masculino também tem as suas oscilações ao longo da vida. Se o corpo muda, se as circunstâncias mudam, se até a nossa mentalidade muda, seria presunção a mais acreditarmos que a relação com a própria sexualidade se mantém inalterada ao longo de uma vida.
Entender o problema
Mas se a situação se tem verificado de forma repetida, como saber então se as razões são de ordem física ou psicológica?
Vera Ribeiro explica-nos que "a primeira coisa a fazer é sem dúvida procurar um médico urologista ou andrologista, para que possa ser feita uma avaliação da problemática, determinando a causalidade, seja ela psicológica ou orgânica". Além de possíveis exames, o especialista vai tentar compreender também o percurso do paciente – seja a sua condição física, seja o seu percurso sexual. Mas há um fator essencial a ter em conta, que nos permite distinguir as duas situações: é que os homens cuja disfunção pode ser atribuída a razões de ordem psicológica continuam a ter ereções durante o sono.
Em Como ter um coração saudável, Manuel Oliveira Carrageta pormenoriza que "o exame clássico para confirmar o diagnóstico é medir a «tumescência noturna», com uma fita apropriada colocada à noite no pénis flácido. Se a fita estiver rota de manhã ao acordar, significa que houve ereção durante o sono, pelo que a causa é muito provavelmente de origem psicológica."
Se, por outro lado, se percebe que as razões por trás da disfunção erétil são de ordem psicológica, "o utente é encaminhado para consulta de sexologia, de forma a iniciar uma terapia que incide no tratamento da causa psíquica da disfunção", como nos explica a psicóloga.Percebendo-se o que está em causa, encaminha-se o paciente para a especialidade indicada. "Se for uma situação de origem orgânica, o urologista ou andrologista determinará o melhor tratamento para a situação", explica-nos Vera Ribeiro, acrescentando que "hoje em dia já existe um leque variado de opções de tratamento para esta situação". Neste caso o tratamento muitas vezes envolverá fármacos particularmente eficazes mas, mais uma vez, é o caso em si que determina o tratamento.
Nestes casos, "a participação da parceira(o) é fundamental para que a terapia seja mais breve e com resultados positivos", alerta Vera Ribeiro, que refere que "muitas vezes, a mulher em vez de tentar ajudar, piora a situação, considerando que o homem não tem ereção porque não tem desejo, ou que possa estar envolvido com outra pessoa. Percebe-se assim que este é um daqueles casos em que a pressão psicológica será muitas vezes contraproducente. Por essa razão, é essencial entender que, independentemente do que está em causa, o problema pode e deve ser falado em casal, sem pressões ou vergonha de maior.
Uma conversa descontraída e um ambiente relaxado são bom ponto de partida para resolver uma questão que afeta os dois. O resto envolverá a compreensão do que se passa, o devido acompanhamento especializado e uma atitude positiva e pró-ativa, com o intuito de resolver o problema.
E sim, na sociedade em que vivemos ainda é bastante comum um homem achar que a disfunção erétil é uma questão de vergonha, para ser escondida num recanto da psique e evitada enquanto assunto de conversa. Mas a sexualidade é uma parte importante da nossa vida. Desperdiçá-la por simples ignorância ou receio, não seria apenas triste. Homem que é homem não é uma máquina. Homem que é homem é simplesmente humano. Dêem-lhe as ferramentas certas (o saber, o acompanhamento especializado, etc.) e vão ver que, como David, ele é capaz de derrotar até o mais assustador Golias.
Alguns fatores de risco a ter em conta:
- Envelhecimento;
- Patologias crónicas (diabetes, arteriosclerose, doença renal, entre outras);
- Efeitos secundários de medicação (antidepressivos, anti-histamínicos, tratamento médico do cancro da próstata);
- Traumatismos ou lesões;
- Abuso de substâncias (tabagismo, alcoolismo, entre outros);
- Obesidade.
Fontes:
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga;
- Disfunção erétil, in site da Sociedade Portuguesa de Andrologia;
- O Livro do Sexo, de Laura Berman;
- Como ter um coração saudável, de Manuel Oliveira Carrageta.
Link do artigo: http://saude.pt.msn.com/vidasaudavel/sexualidade/item/1608-disfuncaoeretilepossivelvenceroproblema
"Próstata: Abandone os seus medos" - 8 de Fevereiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Sofia Teixeira, colaboração de Dra Vera Ribeiro - MSN Saúde online Fevereiro de 2013
Mais do que o simples medo da doença, no que toca aos problemas de próstata, são muitos os fantasmas que assolam a cabeça de um homem. Descubra quais e como superá-los.
Não é agradável para ninguém ter de se sujeitar a exames médicos e é indiscutível que receber a notícia que se tem um problema de saúde é sempre um momento dramático. Mas isto é especialmente verdade para os homens, no que toca aos problemas de próstata, já que a todos os outros medos que qualquer pessoa em qualquer situação tem, juntam-se-lhe três fantasmas: o toque retal, a incontinência e a disfunção erétil.
Embora o diagnóstico precoce seja umas das principais armas contra o cancro da próstata, a primeira grande barreira começa precisamente aqui: no rastreio. E não é falta de informação… A necessidade de rastreio de problemas urológicos em homens a partir dos 50 anos é do conhecimento geral. Ainda assim, alguns continuam a fugir a sete pés da consulta com o urologista porque a perspetiva de fazer o toque retal deixa-os desconfortáveis, envergonhados e com algum medo.
Na verdade, vários estudos demonstram que muitos homens encaram este exame como um atentado à sua masculinidade. Vera Ribeiro, psicóloga e terapeuta sexual, admite que entre os homens existe o mito da consulta de urologia, mas também frisa que, perante a magnitude de doenças associadas à falta de diagnóstico e percebendo que é imprescindível ser feito, o homem preocupa-se muito mais com o rastreio do que com o receio do toque. Afinal, há que colocar as coisas em perspetiva e homem nenhum deseja um problema oncológico por diagnosticar.
Como sugere a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, para que o paciente esteja informado e tranquilo, é importante que converse e tire dúvidas com o médico antes da realização do exame. Faça perguntas muito práticas como: O que acontece durante o exame? Quanto tempo demora? Vou sentir dor? Vai ser necessário fazer mais testes ou exames se o resultado for sugestivo de que alguma coisa não está bem? Estar informado faz com que se sinta mais preparado porque sabe com o que contar.
Embora em muitos casos no rastreio feito na consulta de Medicina Geral e Familiar o toque retal seja substituído por uma ecografia transretal, o urologista Sanches Magalhães, alerta que “na grande maioria dos casos, é dispensável, invasivo e dispendioso”.
Disfunção eréctil e incontinência: há soluções!
Depois da consulta e do exame do toque retal, bem como da análise ao PSA (antigénio específico da próstata) muitos homens podem respirar de alívio até à próxima consulta de rotina. Para outros, este é o início de um processo que pode conduzir à necessidade de uma cirurgia. E aqui surgem mais medos: a possibilidade de incontinência e disfunção eréctil resultantes do procedimento. Afinal, quão frequentes são estas situações?
Sanches Magalhães afirma que, antes de mais, é preciso fazer uma distinção entre uma cirurgia prostática para o cancro da próstata (prostatectomia radical) ou para o aumento benigno da próstata (HBP).“No primeiro caso a disfunção eréctil ocorre numa percentagem significativa (superior a 50%), a incontinência é felizmente muito menos frequente (cerca de 5%) e a sua incidência é inversamente proporcional à experiência do cirurgião. No caso da cirurgia da HBP, pode haver um período transitório de perdas de urina por urgência miccional, mas a verdadeira incontinência é excecional. A disfunção eréctil causada por este tipo de cirurgia é também uma exceção.”
De acordo com Vera Ribeiro, a informação e preparação são uma vez mais o fundamental. Ou seja: é essencial informar o homem sobre aquilo que se passa na realidade com a sua saúde e de que forma será feito o tratamento, explicando quais podem ser as consequências tanto a nível da sua saúde como da sua qualidade de vida. Assim, explica a psicóloga, “se for uma situação em que possa existir como consequência, a incontinência urinária ou alguma disfunção sexual, o utente deve ser informado dos procedimentos que estarão ao seu alcance para melhoria dessas condições.”
E existem soluções, tanto para a disfunção eréctil quanto para a incontinência. Como lembra o urologista Sanches Magalhães a disfunção eréctil pode ser controlada com recurso a fármacos orais, uretrais ou injetáveis. Vera Ribeiro acrescenta ainda que, nos casos em que é necessária intervenção ao nível da reabilitação sexual, o homem é encaminhado pelo urologista para a consulta de sexologia. A terapeuta lembra que mesmo quando da cirurgia resulta a perda total da ereção, isso não quer dizer que a sexualidade seja perdida para sempre: simplesmente precisará de ajuda a adaptar-se a uma nova realidade sexual.
No que toca à incontinênciapós-prostatectomia radical, o urologista Sanches Magalhães refere que “são frequentes as perdas de urina com esforço nos dias ou semanas após remover a sonda vesical, mas que apenas se recorre a correção cirúrgica ao fim de um ano, uma vez que durante esse período podem sempre haver melhoras. Até lá, pode-se recorrer a tratamentos de fisioterapia para reforço esfincteriano de modo a recuperar mais rapidamente.”
Por fim, é de lembrar o papel importante das mulheres em todo este processo. Por um lado, são quem acaba por insistir e convencer os homens acerca da necessidade de ida ao urologista e, por outro, estão diretamente envolvidas nos medos ou situações de dificuldades sexuais como a disfunção eréctil.
Como frisa Vera Ribeiro, a parceira - que o acompanhará em todo o processo - também terá de ser preparada para todas as fases pelas quais vão passar. Além disso, de acordo com a sexóloga, o apoio da mulher permite tranquilizar em muito o homem face a eventuais consequências sexuais e melhora substancialmente a sua reabilitação, minimizando mitos de que a mulher fique desiludida e que deixe de ter prazer.
Fontes:
- Sanches Magalhães, urologista
- Vera Ribeiro, psicóloga e sexóloga clínica
- Câncer.net (informação revista e aprovada pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica)
Foto: Bob Thomas/Getty Images
Escrito por Sofia Teixeira, com entrevista a Sanches Magalhães, urologista e Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga
Link do artigo: http://saude.pt.msn.com/mentesa/saudeemocional/item/1576-prostataabandoneosseusmedos/1576-prostataabandoneosseusmedos?limitstart=0
"Madrastas muito Más"-Edição de 10 Janeiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Lucília Galha, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Sábado - nº454 Janeiro de 2013
ERRATA: Neste artigo onde se lê Dra Vera Teixeira, deverá ler-se: Dra Vera Ribeiro
"Diz Não (Sem por em risco a tua carreira)"- Janeiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Rita Tilly, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Cosmopolitan - nº249 Janeiro de 2013
"The Ring Effect"- Julho de 2012
Autor do artigo: Jornalista Helena Magalhães, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Happy - nº77 Julho de 2012
"Infidelidade Platónica"- Julho de 2012
Autor do artigo: Jornalista Rita Tilly, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Cosmopolitan - nº243 Julho de 2012
"O Sexo e a Idade - Melhora a sua vida sexual"- Junho de 2012
Dra Vera Ribeiro - Edição Especial da Revista Zen Energy - SAUDE NATURAL, nº41 Junho de 2012
"Por que se trai?"- Maio de 2012
Dra Vera Ribeiro - Revista Happy, nº75, Maio de 2012
"Os Comprimidos do Sexo"- 2012
Dra Vera Ribeiro e Bruno Contreiras Mateus- Revista Domingo do Correio da Manhã/Abril de 2012
"Seja feminina ou masculina, a masturbação tem sempre vantagens de cariz educacional"- 2012
Entrevista entre: Dra Vera Ribeiro e Marco Roque - Revista C Notícias/Fevereiro de 2012
Yes, We Can! sexo e maternidade - 2011
Autor do artigo: Jornalista Mónica Franco, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Lux Woman, nº 125 - Agosto de 2011 pág.139
Sexo, precisa-se! Ultrapasse a falta de desejo sexual - 2011
Autor do artigo: Jornalista Ana Catarina Pereira, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Saber Viver, nº 129 - Março de 2011
Menopausa, as alterações da mulher - 2011
Autor do artigo: Dra Vera Ribeiro - Revista Boa Saúde, nº 3 Dezembro 2010/Janeiro 2011
A sexualidade depois dos 40 - 2010
Autor do artigo: Dra Vera Ribeiro - Revista Boa Saúde, nº 2, Outubro/Novembro – 2010
A nossa amizade dava uma série - 2010
Autor do artigo: Jornalista Paula Santos, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Caixa Woman, nº 5 – 2010
Amar todos os dias é obra! - 2010
Autor do Artigo: Jornalista Ricardo Vilhena, colaboração de Dra Vera Ribeiro, in Jornal 24 Horas, 2010
À descoberta do ponto G - 2010
Autor do Artigo: Jornalista Ricardo Vilhena, colaboração de Dra Vera Ribeiro, in Jornal 24 Horas, 2010
Alimentos Arodisíacos, mito ou verdade? - 2009
Auto do artigo: Dra Vera Ribeiro, in Jornal Correio da Cidade, Outubro de 2009 - 3ªEdição nº 116, III Ano
O Homem Português e a Sexologia - 2009
Autor do artigo: Dra Vera Ribeiro in Jornal Correio da Cidade, Janeiro de 2009 - 1ª edição nº89, III Ano
Os negros levam vantagem no sexo - 2008
Autor do artigo: Jornalista Nuno Manuel Dias, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Afro, Impala nº 4 - 2008
"A sexualidade deve ser olhada como uma parte de nós" - fevereiro de 2018 - www.nit.pt
"Dicas para aumentar o desejo sexual para casados, solteiros ou cansados" - fevereiro de 2018 - www.nit.pt
"Dicas para aumentar o desejo sexual para casados, solteiros ou cansados" - fevereiro de 2018 - www.nit.pt
"Anorgasmia, 'role playing' e swing: afinal, ainda não sabemos tudo sobre sexo" - fevereiro de 2018 - www.observador.pt
"Anorgasmia, 'role playing' e swing: afinal, ainda não sabemos tudo sobre sexo" - fevereiro de 2018 - www.observador.pt
http://observador.pt/2018/02/13/anorgasmia-role-playing-e-swing-afinal-ainda-nao-sabemos-tudo-sobre-sexo/
"Educar... Formar... Intervir.... Prevenir!" - fevereiro de 2017 - Atlas da Saúde
"Educar... Formar... Intervir.... Prevenir!" - fevereiro de 2017 - Atlas da Saúde
Educar ... Formar... Intervir... Prevenir!
Mutilação Genital Feminina
A Organização Mundial de Saúde (OMS) consagrou que, no dia 6 de Fevereiro, deve ser relembrada e feita sensibilização de tolerância zero contra a prática da mutilação genital feminina.
Artigo de opinião publicado hoje no Atlas da Saúde por Vera Ribeiro.
"Novo Ano, Novas Regras, Novo EU" - Janeiro de 2014 - Revista Cosmopolitan
"As infeções sexualmente transmissíveis não escolhem idades" - 22 de Maio de 2013 - MSN Saúde
A importância de uma sexualidade responsávelImage Broker/Rex Features
"O Sexo está mais rápido" A Dois - Edição de Maio de 2013 - Revista Happy Woman
Link do artigo: http://saude.pt.msn.com/mentesa/saudeemocional/item/1576-prostataabandoneosseusmedos/1576-prostataabandoneosseusmedos?limitstart=0
"Madrastas muito Más"-Edição de 10 Janeiro de 2013
"Diz Não (Sem por em risco a tua carreira)"- Janeiro de 2013
"The Ring Effect"- Julho de 2012
Mutilação Genital Feminina
A Organização Mundial de Saúde (OMS) consagrou que, no dia 6 de Fevereiro, deve ser relembrada e feita sensibilização de tolerância zero contra a prática da mutilação genital feminina.
Artigo de opinião publicado hoje no Atlas da Saúde por Vera Ribeiro.
http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/educar-formar-intervir-e-prevenir
"Infiel, o que ele procura numa amante" - novembro de 2016 - Revista Cosmopolitan - Pág. 64
Com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Viagra Feminino" - novembro de 2015 - Revista Máxima - Pág. ..
Escrito por Paula Santos, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Mulheres sem Sexo: Terão as one-night stand passado de moda?" - outubro de 2015 - www.observador.pt
Escrito por Helena Magalhães, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Mais Sexo Você Merece" - outubro de 2015 - Revista Men's Health - Pág. 62
Escrito por João Parreira, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Existe um sexo forte?" - Março de 2015 - Revista Cosmopolitan - Pág. 62 e 63
Escrito por Catarina Cruz, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Tanto barulho por tão pouco sexo" - Fevereiro de 2015 - Revista Correio da Manhã - 15.02.2015 Domingo - Da pág. 28 à 32
Escrito por Ana Maria Ribeiro, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Casar ou Morar Juntos?" - Abril de 2014 - Revista Cosmopolitan
Escrito por Catarina Cruz, com colaboração Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"10 ideias para apimentar a relação" - Abril de 2014 - MSN Saúde
Escrito por Carla Mateus, com colaboração Ana Carvalheira, Fernando Mesquita, Patrícia Pascoal, Sónia Araújo, Vera Carnapete, Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Ter um relacionamento feliz, mantendo uma relação de amor e sexo sempre viçosa, é o desejo de qualquer casal. E com alguma imaginação e originalidade é possível alcançá-lo. Conheça 10 sugestões que vão ajudar a apimentar a sua relação e manter a chama do desejo acesa.
Uma vida conjugal plena e satisfatória tem muito mais a ver com aspectos simples da vida do que com cenários rebuscados. Se cuidarmos de alguns ingredientes essenciais – autoestima, saúde do corpo, relação aberta com o parceiro – quer seja recente ou de longa data –, o desejo e o prazer estarão naturalmente presentes. Sobretudo, se colocarmos a nossa imaginação a trabalhar.
No entanto, todas as relações, principalmente, as que duram há já algum tempo, acabam por "arrefecer" um pouco. Com o tempo deixa de haver espaço para surpresas, romantismo e carinhos entre o casal. E quando esse momento chega, ou seja, quando o desejo diminui, uma das primeiras coisas que se pensa é que existe algum problema físico ou que o amor chegou ao fim. Mas não é bem assim. Existem inúmeros fatores que podem ameaçar o desejo e sexualidade do casal. Desde a forma como somos educados ao stress do dia-a-dia, passando pela rotina, o trabalho, a chegada dos filhos ou até mesmo a própria intimidade entre ambos.
A sexualidade é um problema do casal e nesta matéria não existem regras a seguir. Cabe a cada um dos parceiros ser sincero com o outro, dizer claramente o que quer da relação e investir nela. É importante contrariar a tendência que existe na sociedade atual e não sobrevalorizar determinados aspectos, como a questão do orgasmo e da performance sexual. "Ter relações sexuais é muito mais do que atingir orgasmos e pode ser muito redutor e frustrante dedicar grande parte da sua energia com a preocupação em relação ao seu desempenho e à sua performance", alerta Vera Carnapete, terapeuta especializada em sexologia clínica.
Na verdade, para a terapeuta, "se o que o que estivesse em jogo nos relacionamentos sexuais fosse só isso, as pessoas não perderiam tempo e energia a desenvolver uma relação, dar-se a conhecer e conhecer o outro. A relação sexual compreende um conjunto de significados que têm um enorme valor de comunicação, de partilha e de intimidade".
Ao que parece, o segredo das relações felizes é mesmo o tempo que o casal lhe dedica e a capacidade de se surpreenderem um ao outro. No dia-a-dia, em pequenos e grandes gestos e na forma como vivem a sexualidade.
Para ajudá-lo a não cair na rotina e a apimentar a sua relação, pedimos a seis sexólogos que nos dessem algumas sugestões para tornar os momentos de intimidade mais cúmplices e repletos de desejo e prazer. O único requisito é que ambos estejam dispostos a abandonar velhas rotinas ou intercalá-las com novas formas de erotismo, experimentando atmosferas mais românticas e novas fantasias. Espreite a galeria abaixo, aguce a imaginação e prepare-se para surpreender o seu par.
"Pensa antes de responder: ÉS FELIZ?" - Março de 2014 - Revista Cosmopolitan
Escrito por Rita Tilly, com colaboração Maria João Viana (autora do livro É Possível ser Feliz) e Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
"Os alimentos e a líbido: o prazer começa no prato - Março de 2014
inspiresaude.com
Escrito por F. Pina, com entrevista a Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
A líbido não é uma equação simples. Envolve questões físicas e emocionais. Depende das expectativas e das circunstâncias do momento; depende de questões culturais e de relacionamento; depende da autoestima e depende da vontade. E sim, também depende da alimentação. Veja que alimentos podem ajudar a sua líbido.
A alimentação é necessariamente um dos pontos importantes quando pensamos no desejo sexual. Não se julgue por isso que há alimentos milagrosos, que resolvem na cozinha num piscar de olhos o que não tem corrido bem no quarto. Mas talvez não seja por acaso que o nosso apetite influencie o nosso outro apetite; o sexual.
Ao longo da história a alimentação e a líbido sempre se encontraram no imaginário popular. Os Romanos sugeriam o consumo de ostras. Mas também a batata era considerada um afrodisíaco na Europa quando começou a chegar do outro lado do Atlântico – neste caso talvez o facto de então ser quase exótica tenha contribuído para esta fama. O próprio William Shakespeare, em MacBeth, fazia referência aos efeitos do álcool (it provokes the desire, but it takes away the performance – confirmando pela experiência o que a ciência provou mais tarde: que o álcool pode ajudar à desinibição mas que tal efeito não vem sem contraindicações). Sem dúvida: as nossas opções à mesa têm influência no que fazemos entre os lençóis.
Com maior ou menor relação com a realidade, a verdade é que os chamados alimentos afrodisíacos há muito que são tema. Mais importante ainda: a alimentação pode mesmo fazer a diferença no que à vida sexual diz respeito. Veremos como.
O que nos faz bem
No que à sexualidade diz respeito, os alimentos podem ter diferentes formas de ação. Podem ajudar a aumentar a líbido (e aqui falamos do desejo sexual); podem ajudar a aumentar a potência sexual e podem também ser uma ajuda quando o que se procura é aumentar o prazer sexual.
No caso da líbido, o que se procura são fontes que ajudem na produção de testosterona e dopamina. Embora a produção de testosterona seja diferente entre os sexos, esta é responsável pelo desejo quer no homem quer na mulher. No caso da dopamina, a sexóloga Vera Ribeiro explica-nos que esta funciona como neurotransmissor, sendo "responsável pelo controlo da resposta emocional, atenção, cognição, processos hormonais... estando assim associada ao desejo sexual".
O salmão, a sardinha e o atum, por exemplo, são peixes que costumam fazer parte da nossa dieta e que são uma ótima fonte de Omega 3 – e a líbido é apenas uma das funções do nosso organismo que beneficia de Omega 3. Mas este também se pode encontrar na soja ou, por exemplo, em óleo de linhaça ou de canoila.
Alimentos ricos em zinco – como é o caso de mariscos, ostras, gengibre, cogumelos ou frutos secos como nozes e castanhas – são também uma opção a ter em conta. Entre outras funções no nosso organismo, o zinco pode ajudar na disfunção erétil. A sua carência pode facilitar a disfunção erétil, no caso dos homens, enquanto que nas mulheres esta carência pode contribuir para menstruações irregulares. Mas há mais opções.
O magnésio é outro nutriente que deve fazer parte de uma alimentação equilibrada – e de uma vida sexual ativa. O magnésio favorece o funcionamento das células, ajuda na regularização da temperatura corporal e na reparação de tecidos e é indispensável para a atividade hormonal. É também conhecido como o mineral antisstress – o que quer dizer que a sua carência pode contribuir para alguma irritabilidade, o que não é de todo o humor que se quer nos momentos mais íntimos.
Podemos encontrar magnésio em diversos alimentos, como cereais integrais, aveia, milho, algas, frutos secos mas também frutas como papaia e manga, em espinafres e até no chocolate preto (embora isto não deva servir de desculpa para se abusar do chocolate).
Outra ajuda que podemos ter através da alimentação é dos chamados bioflavonoides. Estes encontram-se em frutos vermelhos e na generalidade dos vegetais. Além das propriedades antioxidantes (que ajudam na prevenção de doenças vasculares e de certos tipos de cancro), têm também uma ação anti-inflamatória, antialérgica e hormonal. Vitaminas do complexo B, onde se inclui frutas como a banana e vegetais como os aspargos ou os brócolos são também uma boa fonte de energia. As vitaminas B-5, B-6 e B-12 em particular ajudam a combater o stress e a equilibrar os níveis hormonais (sendo que no caso da B6 podem contribuir para a fertilidade feminina, enquanto a B12 pode ser um auxílio no aumento da contagem de espermatozóides. Podemos encontrá-las em ovos, na soja em peixes como o salmão.
Além do que já falámos, nunca é demais esquecer que há alimentos que têm também uma função vasodilatadora, o que na prática significa que aumentam o fluxo sanguíneo, o que no caso dos homens facilita a ereção, enquanto que nas mulheres esta ação sanguínea contribui para uma maior facilidade em atingir o orgasmo. É o caso do alho, ótimo no sabor que dá à comida e na saúde que nos dá, mas também com picantes. No caso destes naturalmente que não se aconselha o consumo em grandes quantidades, mas a verdade é que não é por acaso que o picante costuma ser referido quando pensamos em alimentos afrodisíacos.
A saúde sexual é uma parte importante da saúde geral. Se a sua libido diminuiu, uma boa nutrição pode ajudar a restabelecê-la. Se sua libido está bem, uma boa nutrição vai mantê-la assim. Mas atenção. Como a sexóloga Vera Ribeiro nos recorda, uma boa alimentação por si só não chega. "A atração sexual tem de estar presente em conjunto com uma alimentação equilibrada".
O que nos faz mal
Vera Ribeiro recorda-nos também que "a sexualidade depende do bom funcionamento do nosso cérebro, se este não for bem enriquecido nutricionalmente não desempenhará as funções habituais, e uma delas será a sensação de desejo sexual". Nalguns casos poderá ser necessário recorrer a um suplemento alimentar mas se estamos a falar de desejo sexual convém nunca esquecer do que falámos no início deste texto: depende de vários fatores (não deixe por isso de tentar perceber se o problema não se deverá a questões da própria relação nem experimente suplementos alimentares que se poderão mostrar desnecessários).
A sexóloga acrescenta ainda que "a prática de exercício físico, dormir bem e evitar alguns alimentos também é importante para o aumento da dopamina, o que se traduz em sentimentos de satisfação e bem-estar".
Dizermos que a alimentação pode interferir na esfera sexual não pode ser visto apenas do ponto de vista da carência. Uma alimentação equilibrada depende também de evitarmos consumir certos alimentos em excesso. É o caso das gorduras saturadas e de alimentos com muito açúcar.
Uma refeição sensual
Um menor apetite sexual pode resultar de um desequilíbrio nutricional. Mas se o problema envolve questões afetivas, é natural que a alimentação não chegue para resolver o problema. Uma boa forma de aplicar as sugestões de alimentos que demos pode ser preparando uma refeição. Além dos benefícios nutricionais, este gesto pode ser uma forma de quebrar a rotina, criando um ambiente mais propício ao romance. E não precisa de ser uma refeição rígida,como se estivesse a preparar para exercícios bélicos.
Os doces podem ser um "mimo" a incluir numa refeição que se quer afrodisíaca, desde que não se esqueça que em excesso são contraproducentes. O mesmo se aplica à tal lição que William Shakespeare nos deu a propósito do álcool – por isso, se nos permite fazer uma sugestão, se for preparar uma refeição à sua cara-metade, acompanhe com um simples copo de vinho tinto, uma opção elegante que não vai deixar de aguçar o paladar. E não se esqueça: se comerem demasiado, são capazes de não se sentirem tão predispostos a atividades mais físicas.
Na cama como à mesa, há mais envolvido do que o que está à vista. É por essa razão que a sexóloga Vera Ribeiro nos diz que os alimentos por si só não têm o poder de fazer todo o processo sexual acontecer. "Tem de haver interesse, e algo que desperte o desenrolar do desejo, ou seja é preciso que alguém acenda o fósforo para ele arder... os alimentos afrodisíacos fazem com que o fósforo tenha boa qualidade para acender, mas se não lhe pegar fogo ele não acende".
"Novo Ano, Novas Regras, Novo EU" - Janeiro de 2014 - Revista Cosmopolitan
Escrito por Rita Tilly, com colaboração de Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Escrito por Rita Tilly, com Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Escrito por Rita Tilly, com Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Escrito por Pedro F. Pina, com entrevista a Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
Os alimentos que consumimos podem influenciar o desejo sexualGetty Images
"Let's talk about (bad) sex" A Dois - Edição de Agosto de 2013 - Revista Happy Woman
Os alimentos que consumimos podem influenciar o desejo sexualGetty Images
"Let's talk about (bad) sex" A Dois - Edição de Agosto de 2013 - Revista Happy Woman
Escrito por Helena Magalhães, com Vera Ribeiro e Vânia Beliz, Psicólogas Clínicas
Escrito por Pedro F. Pina, com Fernanda Águas, ginecologista, e Vera Ribeiro, Psicóloga Clínica
A menopausa é um período de mudanças profundas, do ponto de vista hormonal. Mas a menopausa não é apenas uma mudança biológica. É um momento na vida da mulher que pode trazer desafios aos quais a sexualidade não é imune.
O ano é 1991. O trio feminino de hip-hop Salt n' Pepa lança um single que chega ao primeiro lugar nos tops de vários países. A atitude é de brincalhona provocação, o ritmo é gingão e o refrão é um daqueles bem orelhudos, capaz de vir à memória mesmo nos momentos menos oportunos – respeitando a melhor tradição pop. As Salt n' Pepa ganham o seu destaque nos tops de música. E mais de duas décadas depois lembramo-nos mais uma vez que não são só as melhores músicas que envelhecem maravilhosamente. Falemos então de sexo. E dos desafios que a menopausa traz à sexualidade da mulher e do casal.
A menopausa assinala o fim definitivo da fertilidade natural da mulher. Trata-se de um fenómeno perfeitamente natural, que geralmente ocorre por volta dos 50 anos. No entanto, são várias as mudanças no corpo e no estado emocional da mulher. Ao deixar de libertar óvulos mensalmente, o corpo deixa também de produzir estrogénio, resultando daí grande parte dos sintomas que a mulher apresenta na menopausa.
Embora algumas mulheres mantenham menstruações regulares até à menopausa, o mais frequente é sentir-se diferenças na duração, intervalo e fluxo das menstruações. É também comum sentir-se diferentes sintomas nesta fase do climatério – período de transição da pré-menopausa até à pós-menopausa. Alguma irritabilidade, insónias, alterações ao nível da memória e da capacidade de concentração e os desconfortáveis afrontamentos são alguns dos sintomas.
Por mais natural que seja a menopausa, não significa que esta seja fácil ou simples para a mulher. Fernanda Águas explica-nos que "após a menopausa há uma redução da produção de hormonas pelos ovários, sobretudo estrogénios e progesterona, mas também androgénios, que podem interferir com a resposta sexual na mulher". A isto acrescente-se os sintomas do climatério, de que falámos acima, que "poderão contribuir para a falta de interesse da mulher pelas relações sexuais". Finalmente, a "atrofia dos órgãos genitais (...) poderá causar desconforto e dificuldades nas relações sexuais, impedindo que a mulher possa sentir prazer".
Não se estranhe por isso que haja algum receio de que estas mudanças possam ter impacto na vida sexual da mulher (e, por inferência, do casal). Mas queremos desde já citar Fernanda Águas, ginecologista-obstetra, com quem falámos a propósito deste tema: "Não é possível afirmar que a menopausa, por si só, tenha um impacto negativo na vida sexual".
No que à vida sexual diz respeito, a biologia só nos conta parte da história.
Uma questão de corpo e mente
É possível que antes da menopausa já se sinta uma diminuição progressiva da líbido, o que leva a uma diminuição da frequência das relações sexuais do casal. Além do mais, convém não esquecer que a vida sexual de um casal já tem habitualmente muitos desafios pela frente (a rotina na relação, o excesso de trabalho, preocupações várias – lembremo-nos do impacto que a crise também tem tido na vida de tantos portugueses), entre muitos outros desafios que a vida nos coloca.
Percebe-se assim que há questões físicas a ter em conta mas que seria tremendamente redutor pensar que explicam todos os problemas que por vezes entram no quarto, interferindo na intimidade do casal. "A sexualidade após a menopausa não pode ser desligada da sexualidade anterior, do relacionamento afetivo do casal e também do estado de saúde de ambos os membros, homem e mulher", realça a ginecologista. Afinal de contas, também os homens passam por mudanças ao nível da líbido, sofrendo mesmo, por vezes, de disfunção erétil. À sua maneira, também enfrentam a sua forma de menopausa, vulgarmente designada como andropausa.
A história não acaba assim
Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga, explica-nos que algumas mulheres não chegam a sentir "qualquer diferença no seu decréscimo hormonal". Ainda assim, para quem sente e se ressente estas mudanças físicas, "existem possibilidades quer a nível da sua libido, quer a nível da lubrificação", recorda a sexóloga.
Sobre este aspecto, a terapia hormonal de substituição poderá fazer parte da solução Fernando Águas explica-nos que esta terapia "trata os sintomas vasomotores e tem repercussões positivas a nível psicológico reduzindo o humor depressivo. Os estrogénios locais melhoram a vascularização dos genitais e a sua troficidade evitando a dor e o desconforto nas relações sexuais".
Mas os conselhos e os cuidados a ter não ficam por aqui. E ambas as especialistas fazem questão de realçar que não podemos nunca ignorar as questões psicológicas. Afinal de contas, o erotismo, a intimidade e o prazer sexual dependem tanto da cabeça como do corpo.
Vera Ribeiro realça a importância de existir "investimento a nível íntimo e relacional". Isto significa que da mesma maneira que há terapias e ajudas para os sintomas do climatério, também existem formas de lutar contra os desafios a que relações longas e duradouras são sujeitas com o passar dos anos.
"Se a mulher se sentir amada e desejada é uma porta aberta para que consiga equilibrar-se nesta fase. Uma boa relação conjugal, de partilha, compreensão, diálogo e afeto são os alicerces para restabelecer a carência emocional que é sentida no decorrer desta fase. Sentir-se bem consigo mesma, com uma boa imagem de si e do seu corpo, são pontos fundamentais neste momento. O desejo sexual pode ser motivado pela boa relação conjugal, desde que seja fomentada a fantasia e imaginário", conclui a sexóloga.
Finalmente, aproveitamos para questionar a ginecologista Fernanda Águas, sobre se a sexualidade após a menopausa é diferente: "não tem que ser diferente", diz-nos, derrubando fatalismos. "Se existir um bom ambiente emocional e afetivo entre o casal, se a experiência dos anos pré-menopausa foi positiva e compensadora e se forem tomadas as medidas necessárias para compensar eventuais problemas físicos", a verdade é que as razões para preocupações até podem ser menores. É uma questão de perspetiva de cada um, é certo, mas a idade também tem os seus benefícios. Como nos recorda a ginecologista, o "facto de após a menopausa não existir o perigo de uma gravidez indesejada pode atuar no sentido favorável uma vez que liberta o casal do uso de medidas contracetivas que adotaram durante o período de vida fértil".
No que à sexualidade e à menopausa diz respeito, a verdade é que o prazer até pode ser diferente. Mas isso não significa que seja pior. Se pensarmos bem, o conselho das Salt n' Pepa continua a ser muito atual para qualquer casal: let's talk about sex, se for caso disso. De resto, não seria a primeira vez, nem com certeza será a última, que a experiência "triunfa" sobre a juventude.
Fontes:
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e mestre em sexologia
- Fernanda Águas, ginecologista-obstetra, Diretora do Departamento da Saúde da Mulher da Maternidade Bissaya Barreto e Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia
- As Sete Idades da Mulher, de Rosemary Leonard
"As infeções sexualmente transmissíveis não escolhem idades" - 22 de Maio de 2013 - MSN Saúde
Autor do artigo: Jornalista Pedro Pina, colaboração de Dra Vera Ribeiro - MSN Saúde - 22 Maio de 2013
Podem ser praticamente invisíveis, manifestar-se das mais diversas formas e terem consequências violentas. Saiba mais sobre sintomas e tratamento. E veja por que razão é importante continuarmos a falar de infeções sexualmente transmissíveis.
Falar em cuidados quando o assunto é sexo pode não ser divertido, engraçado ou minimamente "fixe". Sim, é certo que ninguém gosta de ser desmancha-prazeres, em particular quando o assunto é a intimidade. Mas a sexualidade só é verdadeiramente apreciada se a saúde não for posta em causa. Ou, dito de outra maneira, existem coisas bem menos "fixes" que falar de cuidados ou usar um preservativo. Como por exemplo contrair uma doença devido a uma relação sexual.
As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são fáceis de definir em teoria: tratam-se de infeções contagiosas cuja principal via de transmissão é a atividade sexual. Podem ser transmitidas pelo contato direto com lesões superficiais mas a atenção deve estar centrada nos principais fluídos (sangue, fluídos vaginais, esperma, secreções de feridas), que devem ser mantidos fora do corpo do parceiro.
No entanto, o que as IST significam e implicam na prática é bastante mais complexo. Para além das sequelas físicas – como por exemplo a infertilidade ou lesões que podem ser irreversíveis – também podem ser incómodas e provocar outro tipo de lesões, estas a nível psicológico. E se é certo que em muitos casos são perfeitamente tratáveis, há situações em que um único erro já não será apenas um susto. É mesmo uma consequência para o resto da vida.
Reconhecer para prevenir
No seu site, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) adianta que "por vários motivos, o número de casos reais de IST não é conhecido". O facto de ser uma problemática que mexe com a intimidade das pessoas e de nesta designação, de infeções sexualmente transmissíveis, caberem as mais variadas patologias ajuda a perceber por que é que é difícil termos uma ideia concreta do número de casos. Ainda assim, para termos uma ideia mais precisa, a ginecologista Elsa Delgado explica-nos que entre as mais prevalentes entre nós encontramos infeções tão diferentes como VIH/SIDA, o vírus do papiloma humano-HPV, a gonorreia, a sífilis, a hepatite B, ou o herpes genital, entre muitas outras.
Os testes de deteção das doenças sexualmente transmissíveis são variados e geralmente não são agradáveis, mas são necessários para sabermos como está a nossa saúde sexual. Para melhor a podermos preservar.
Infeções sexualmente transmissíveis: sintomas e tratamento
Clamídia
Causada por uma bactéria, é das IST mais frequentes. Nos homens, os sintomas a ter em conta são corrimento no pénis e sensação de ardor ao urinar. Nas mulheres não há sintomas – normalmente descobrem porque o diagnóstico foi feito ao parceiro – por isso geralmente permanece desconhecida durante mais tempo. A clamídia é uma das causas mais frequentes de infertilidade. Como mais facilmente passa despercebida, pela falta de sintomas, a infeção pode alastrar às trompas e ao útero. Em caso de dúvida, não vale a pena adiar: deve-se consultar de imediato o médico. É necessário efetuar análises à urina e/ou fazer um exame ginecológico. O tratamento é um antibiótico.
Gonorreia
Causada por uma bactéria que passa através das relações sexuais, os sintomas geralmente aparecem cerca de dois a três dias depois da infeção. Nos homens, os sintomas são semelhantes à da clamídia (corrimento no pénis e ardor a urinar). No caso das mulheres geralmente não há sintomas mas cerca de 10 por cento poderá sentir ardor. As consequências também podem ser as mesmas do que com a clamídia. Ainda em relação às mulheres, uma infeção ligeira dá 3 por cento de risco de infertilidade. Três infeções graves e o risco passa para 75 por cento. Será necessário fazer um exame ginecológico e análises ao sangue. O tratamento é feito com antibióticos.
Sífilis
Causada por uma bactéria, no limite pode ter implicações muito graves, podendo levar mesmo à morte. Esta bactéria aloja-se nos órgãos sexuais (vagina ou pénis) e produz uma espécie de úlcera com um ligeiro corrimento que desaparece ao fim de algumas semanas. Isto, no entanto, não 0signficia que se esteja curado. A bactéria continua no organismo e se não for tratado pode-se infetar o parceiro ou transmitir ao bebé durante a gravidez. Sem tratamento algum, a sífilis pode afetar o cérebro e órgãos. Em caso de suspeita deve-se contactar de imediato o médico. É necessário um exame sanguíneo e o tratamento é feito com antibióticos.
Herpes
O herpes é causado por um vírus. A maioria destes não dá origem a uma IST mas um em particular sim: o herpes genital. Há uma primeira fase, dolorosa, em que depois podem surgir vesículas ou bolhas nos órgãos sexuais (masculino e feminino), que podem até desaparecer e voltar noutra altura. O risco de infetar um parceiro existe e não há uma cura específica, embora haja medicamentos que aliviam os sintomas. Em caso de dúvida será necessário efetuar um exame físico, análises ao sangue ou fazer um exame ginecológico.
Candidíase
Não é necessariamente uma IST porque se pode contrair candidíase sem nunca ter tido relações sexuais. Ainda assim, exige cuidados. A Candida é um fungo que pode ser debelado. Os sintomas são comichão e corrimento – independentemente do género – e merecem a devida atenção. O médico poderá receitar um preparado para aplicar localmente. É importante também perceber se há alguma causa além das relações sexuais desprotegidas – como por exemplo uma baixa do sistema imunológico.
Esta lista podia ser mais extensa mas a principal preocupação continua a ser o VIH/SIDA. Desde os anos 80, altura em que era conotado com a homossexualidade, até aos dias de hoje – em que a informação se encarregou de ir desfazendo alguns preconceitos –, a verdade é que muita coisa já mudou para melhor mas os riscos continuam.
Mas se a consciência quanto à gravidade do VIH/SIDA já evoluiu, outras IST não tiveram direito ao mesmo tratamento. Por isso nunca é demais esclarecê-lo: há muitas outras possíveis infeções que poderão ter um impacto igualmente gravoso. É por isso que o cuidado e a sexualidade devem continuar lado a lado, já que a melhor prevenção resume-se a "práticas sexuais responsáveis", como enfatiza Elsa Delgado.
O que não podemos esquecer
Os adolescentes são habitualmente a maior preocupação quando falamos em IST. Além de a adolescência ser um período particularmente intenso, no que às mudanças diz respeito, as primeiras experiências sexuais surgem numa altura em que também acontecem outras transformações substanciais. A autonomia vai sendo maior, a relação com os pares torna-se central e embora haja diferenças entre rapazes e raparigas – Vera Ribeiro, psicóloga clínica, recorda-nos que "as raparigas são muito mais exigentes no uso do preservativo", nem que seja pelo receio de uma gravidez –, sabemos que são muitos os desafios que acompanham o crescimento.
A informação existe, chega até aos jovens, mas como a sexóloga Vera Ribeiro nos explica, o caminho entre saber a teoria e aplicar na prática nem sempre é simples: "este é um processo que se torna complicado visto os jovens terem muito presente a necessidade de arriscar e exceder limites e muitas dessas situações de risco são feitas de uma forma não elaborada (...) trata-se de viver aquele momento sem pensar nas consequências".
Curiosamente, embora centremos muitas preocupações com as IST na adolescência, é possível que estejamos a descurar outras grupos. Vera Ribeiro e Elsa Delgado alertam, no entanto, para um fenómeno curioso, um que atribuem a alguns lugares comuns veiculados pelos media, e que na prática nos faz lembrar de uma velha máxima: "faz o que eu digo, não faças o que eu faço".
A ginecologista Elsa Delgado explica-nos que "para os jovens existem programas escolares, muitas vezes com o apoio de equipas de saúde, consultas de planeamento familiar de adolescentes em centros de saúde e algumas instituições hospitalares com equipas multidisciplinares disponíveis para esclarecimentos e ensinamentos nesta área".
No entanto, acrescenta, "estes recursos para os menos jovens não são tão acessíveis, por vezes os profissionais não estão tão alertados, disponíveis e recetivos a esses esclarecimentos e se os procuram muitas vezes não lhe são tão facilmente disponibilizados ao que acresce ainda a vergonha ou o receio de serem julgados". No caso do preservativo masculino em particular, se o seu uso nem sempre é um automatismo para os rapazes adolescentes, no caso dos homens mais velhos a adaptação pode ser ainda mais difícil – com questões culturais, falta de hábito e alguma desinformação a contribuírem para o risco.
Simplesmente conversar
Nas últimas décadas sociedade mudou e com ela mudou também a forma como olhamos para as questões mais íntimas. Hoje em dia tanto há adolescentes a iniciar a atividade sexual mais cedo, como encontramos casais na terceira idade que ainda desfrutam de uma vida sexual ativa, como pessoas que mantiveram o mesmo parceiro sexual anos e anos mas que a dada altura se divorciaram. Para todos estes casos – e estão aqui como simples exemplos – haverá circunstâncias próprias mas há noções que devemos ter em qualquer circunstância.
Uma delas diz respeito à história sexual do parceiro. Não se trata aqui de ter um interrogatório extensivo ou de viver toda a sexualidade com desconfiança. A questão é até bastante simples: independentemente de a pessoa conhecer o seu percurso sexual, a verdade é que não conhecemos a da outra pessoa. Acrescente-se a isto que por vezes podemos ser portador de uma infeção, embora nunca tenhamos sentido um sintoma que servisse de alerta.
A ginecologista Elsa Delgado explica-nos que “a prática de sexo seguro é a melhor maneira de prevenir estas infeções, e isto significa que o que se pretende é reduzir ao máximo os riscos, e decidir que riscos estamos ou não dispostos a correr”.
A sexóloga Vera Ribeiro adianta que temos assistido “a uma maior consciência e acordo de ambas as partes dos parceiros em fazer o rastreio” quando se trata de optarem por ter relações sexuais desprotegidas. É um sinal positivo, sem dúvida, mas que também nos serve como exemplo: numa relação, a comunicação e a confiança são essenciais – e isto vai além da sexualidade propriamente dita.
Finalmente, Elsa Delgado resume-nos os essenciais a ter em conta se queremos ter uma vida sexual saudável (e feliz, acrescentamos): utilizar sempre o preservativo masculino ou feminino, não permitir que os fluídos entrem no corpo do seu parceiro(a), não ter atividade sexual se tiver sintomas de IST e, finalmente, verificar periodicamente, através de exames médicos, se se é portador de alguma IST. É um pequeno esforço extra que pode fazer a diferença.
Desfazer mitos sobre as Infeções Sexualmente Transmissíveis:
- não se apanham nas sanitas, pelas maçanetas das portas das casas de banho ou pelas toalhas;
- podem apanhar-se e não se dar por isso;
- podem apanhar-se mesmo que “não se vá até ao fim”
(Mário Cordeiro, in O Grande Livro do Adolescente)
Fontes:
- Elsa Delgado, ginecologista-obstetra
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e mestre em sexologia
- O Grande Livro do Adolescente, de Mário Cordeiro
- Portal da Saúde
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e mestre em sexologia
- O Grande Livro do Adolescente, de Mário Cordeiro
- Portal da Saúde
"O Sexo está mais rápido" A Dois - Edição de Maio de 2013 - Revista Happy Woman
Autor do artigo: Jornalista Carla Novo, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Happy Woman - nº87 Maio de 2013, pag 138
"Falta um bocadinho assim..." Amor & Sexo - Edição de Maio de 2013
Autor do artigo: Jornalista Rita Tilly, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Cosmopolitan - nº253 Maio de 2013
"Disfunção Erétil: É possível vencer o problema" - 14 de Fevereiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Pedro F. Pina, com entrevista a Vera Ribeiro, sexóloga - MSN Saúde online Fevereiro de 2013
Noel Hendrickson/Getty Images
Para os homens, talvez seja uma espécie de pesadelo tornado realidade: o momento é íntimo, a vontade está lá, mas a ereção não chega. Daí à culpabilização o caminho pode ser bastante curto. Quem escolhe o silêncio vai agravar o problema antes de o poder resolver.
Numa sociedade em que muitas vezes o papel do homem se define pela virilidade, e em que essa virilidade muitas vezes se define pelo vigor de um pénis, a disfunção erétil não é apenas um problema prático: pode mesmo colocar em causa a forma como o homem se vê a si próprio.
Quando o assunto é sexo, nenhum homem gosta de pensar em si como um problema. Entre mitos, receios infundados e uma pressão que é ao mesmo tempo social e pessoal, por vezes a disfunção erétil deixa de ser um simples problema para se tornar um autêntico gigante, um Golias que parece impossível de matar. Mas como em todas as fábulas em que há um gigante por derrotar, o que o herói aprende é sobre si próprio. Afinal de contas a solução para o problema não era impossível nem estava assim tão longe. Era só mesmo uma questão de a descobrir.
Enfrentar o gigante
A psicóloga clínica e sexóloga Vera Ribeiro explica-nos que "a disfunção erétil caracteriza-se pela incapacidade ocasional ou recorrente de obter ou manter uma ereção, em pelo menos três meses". Serve isto para dizer que uma situação esporádica não deve ser entendida como um problema de maior. Mas antes de continuarmos a falar do problema propriamente dito, não queremos deixar de recuperar uma frase do cardiologista Manuel Oliveira Carrageta, que na sua obra Como ter um coração saudável dedica um capítulo à disfunção erétil: "a esmagadora maioria dos casos poderá ser tratada com sucesso".
Durante muito tempo, julgou-se erradamente que a disfunção erétil era quase sempre uma questão que estava apenas na cabeça (na que pensa mesmo, entenda-se) do homem. Atualmente, percebemos que a maioria dos casos tem por trás uma questão física. Na verdade, a disfunção erétil pode ser muitas vezes um sinal de um possível problema clínico.
Uma ereção resulta de um processo complexo que envolve cérebro, hormonas, nervos pélvicos e os vasos sanguíneos que irrigam o pénis. Frequentemente, a disfunção erétil provém com maior frequência de uma causa física, geralmente uma doença crónica, o efeito secundário de um tratamento, uma possível lesão decorrente de um traumatismo ou até uma combinação de diferentes fatores. Mas há também momentos em que questões psicológicas e físicas podem confundir-se. É por isso essencial saber-se o que está em causa em cada caso.
Doenças coronárias, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, doença de Peyronie ou distúrbios hormonais encontram-se entre as principais causas. A lista poderia ser mais longa mas neste contexto serve para percebermos um ponto importante: a maior parte dos casos é mesmo por razões físicas. O que quer dizer que muitas vezes a disfunção erétil pode ser resolvida (ou prevenida) através de algo que está ao nosso alcance: a adoção de um estilo de vida saudável.
O exercício físico e uma alimentação correta podem muitas vezes ser o que basta para debelar o problema. A isto acrescentemos fatores de riscos que podem ser evitados, com o tabagismo, o alcoolismo e o abuso de drogas ilícitas a surgirem no topo das prioridades. E se é verdade que o envelhecimento também se incluiu nos fatores de risco, não é menos verdade que envelhecer não é sentença. E que a sexualidade pode ser vivida com todo o prazer ao longo da vida.
Por outro lado, quando a questão é psicológica, geralmente estamos perante as mais variadas questões circunstanciais. Vera Ribeiro refere o cansaço, o stress, uma baixa autoestima, ou a depressão como exemplos de situações de cariz psicológico que têm impacto na ereção. Mas um "trauma psicológico vivido no âmbito sexual" ou a ansiedade de desempenho (mais comum entre os jovens, por uma questão de experiência) também se podem encontrar entre as razões psicológicas.
N'O Livro do Sexo, a autora Laura Berman escreve que "a líbido masculina é mal compreendida. Nós [mulheres] somos educadas para achar que os homens são criaturas sexuais e vorazes e libidinosas, que pensam em sexo a toda a hora. Mas ao contrário do que se pensa, a líbido masculina não é um animal incontrolável".
Compreendemos aqui por que razão muitas vezes as expectativas culturais podem chocar de frente com a simples biologia. O apetite sexual masculino também tem as suas oscilações ao longo da vida. Se o corpo muda, se as circunstâncias mudam, se até a nossa mentalidade muda, seria presunção a mais acreditarmos que a relação com a própria sexualidade se mantém inalterada ao longo de uma vida.
Entender o problema
Mas se a situação se tem verificado de forma repetida, como saber então se as razões são de ordem física ou psicológica?
Vera Ribeiro explica-nos que "a primeira coisa a fazer é sem dúvida procurar um médico urologista ou andrologista, para que possa ser feita uma avaliação da problemática, determinando a causalidade, seja ela psicológica ou orgânica". Além de possíveis exames, o especialista vai tentar compreender também o percurso do paciente – seja a sua condição física, seja o seu percurso sexual. Mas há um fator essencial a ter em conta, que nos permite distinguir as duas situações: é que os homens cuja disfunção pode ser atribuída a razões de ordem psicológica continuam a ter ereções durante o sono.
Em Como ter um coração saudável, Manuel Oliveira Carrageta pormenoriza que "o exame clássico para confirmar o diagnóstico é medir a «tumescência noturna», com uma fita apropriada colocada à noite no pénis flácido. Se a fita estiver rota de manhã ao acordar, significa que houve ereção durante o sono, pelo que a causa é muito provavelmente de origem psicológica."
Se, por outro lado, se percebe que as razões por trás da disfunção erétil são de ordem psicológica, "o utente é encaminhado para consulta de sexologia, de forma a iniciar uma terapia que incide no tratamento da causa psíquica da disfunção", como nos explica a psicóloga.Percebendo-se o que está em causa, encaminha-se o paciente para a especialidade indicada. "Se for uma situação de origem orgânica, o urologista ou andrologista determinará o melhor tratamento para a situação", explica-nos Vera Ribeiro, acrescentando que "hoje em dia já existe um leque variado de opções de tratamento para esta situação". Neste caso o tratamento muitas vezes envolverá fármacos particularmente eficazes mas, mais uma vez, é o caso em si que determina o tratamento.
Nestes casos, "a participação da parceira(o) é fundamental para que a terapia seja mais breve e com resultados positivos", alerta Vera Ribeiro, que refere que "muitas vezes, a mulher em vez de tentar ajudar, piora a situação, considerando que o homem não tem ereção porque não tem desejo, ou que possa estar envolvido com outra pessoa. Percebe-se assim que este é um daqueles casos em que a pressão psicológica será muitas vezes contraproducente. Por essa razão, é essencial entender que, independentemente do que está em causa, o problema pode e deve ser falado em casal, sem pressões ou vergonha de maior.
Uma conversa descontraída e um ambiente relaxado são bom ponto de partida para resolver uma questão que afeta os dois. O resto envolverá a compreensão do que se passa, o devido acompanhamento especializado e uma atitude positiva e pró-ativa, com o intuito de resolver o problema.
E sim, na sociedade em que vivemos ainda é bastante comum um homem achar que a disfunção erétil é uma questão de vergonha, para ser escondida num recanto da psique e evitada enquanto assunto de conversa. Mas a sexualidade é uma parte importante da nossa vida. Desperdiçá-la por simples ignorância ou receio, não seria apenas triste. Homem que é homem não é uma máquina. Homem que é homem é simplesmente humano. Dêem-lhe as ferramentas certas (o saber, o acompanhamento especializado, etc.) e vão ver que, como David, ele é capaz de derrotar até o mais assustador Golias.
Alguns fatores de risco a ter em conta:
- Envelhecimento;
- Patologias crónicas (diabetes, arteriosclerose, doença renal, entre outras);
- Efeitos secundários de medicação (antidepressivos, anti-histamínicos, tratamento médico do cancro da próstata);
- Traumatismos ou lesões;
- Abuso de substâncias (tabagismo, alcoolismo, entre outros);
- Obesidade.
Fontes:
- Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga;
- Disfunção erétil, in site da Sociedade Portuguesa de Andrologia;
- O Livro do Sexo, de Laura Berman;
- Como ter um coração saudável, de Manuel Oliveira Carrageta.
Link do artigo: http://saude.pt.msn.com/vidasaudavel/sexualidade/item/1608-disfuncaoeretilepossivelvenceroproblema
"Próstata: Abandone os seus medos" - 8 de Fevereiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Sofia Teixeira, colaboração de Dra Vera Ribeiro - MSN Saúde online Fevereiro de 2013
Mais do que o simples medo da doença, no que toca aos problemas de próstata, são muitos os fantasmas que assolam a cabeça de um homem. Descubra quais e como superá-los.
Não é agradável para ninguém ter de se sujeitar a exames médicos e é indiscutível que receber a notícia que se tem um problema de saúde é sempre um momento dramático. Mas isto é especialmente verdade para os homens, no que toca aos problemas de próstata, já que a todos os outros medos que qualquer pessoa em qualquer situação tem, juntam-se-lhe três fantasmas: o toque retal, a incontinência e a disfunção erétil.
Embora o diagnóstico precoce seja umas das principais armas contra o cancro da próstata, a primeira grande barreira começa precisamente aqui: no rastreio. E não é falta de informação… A necessidade de rastreio de problemas urológicos em homens a partir dos 50 anos é do conhecimento geral. Ainda assim, alguns continuam a fugir a sete pés da consulta com o urologista porque a perspetiva de fazer o toque retal deixa-os desconfortáveis, envergonhados e com algum medo.
Na verdade, vários estudos demonstram que muitos homens encaram este exame como um atentado à sua masculinidade. Vera Ribeiro, psicóloga e terapeuta sexual, admite que entre os homens existe o mito da consulta de urologia, mas também frisa que, perante a magnitude de doenças associadas à falta de diagnóstico e percebendo que é imprescindível ser feito, o homem preocupa-se muito mais com o rastreio do que com o receio do toque. Afinal, há que colocar as coisas em perspetiva e homem nenhum deseja um problema oncológico por diagnosticar.
Como sugere a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, para que o paciente esteja informado e tranquilo, é importante que converse e tire dúvidas com o médico antes da realização do exame. Faça perguntas muito práticas como: O que acontece durante o exame? Quanto tempo demora? Vou sentir dor? Vai ser necessário fazer mais testes ou exames se o resultado for sugestivo de que alguma coisa não está bem? Estar informado faz com que se sinta mais preparado porque sabe com o que contar.
Embora em muitos casos no rastreio feito na consulta de Medicina Geral e Familiar o toque retal seja substituído por uma ecografia transretal, o urologista Sanches Magalhães, alerta que “na grande maioria dos casos, é dispensável, invasivo e dispendioso”.
Disfunção eréctil e incontinência: há soluções!
Depois da consulta e do exame do toque retal, bem como da análise ao PSA (antigénio específico da próstata) muitos homens podem respirar de alívio até à próxima consulta de rotina. Para outros, este é o início de um processo que pode conduzir à necessidade de uma cirurgia. E aqui surgem mais medos: a possibilidade de incontinência e disfunção eréctil resultantes do procedimento. Afinal, quão frequentes são estas situações?
Sanches Magalhães afirma que, antes de mais, é preciso fazer uma distinção entre uma cirurgia prostática para o cancro da próstata (prostatectomia radical) ou para o aumento benigno da próstata (HBP).“No primeiro caso a disfunção eréctil ocorre numa percentagem significativa (superior a 50%), a incontinência é felizmente muito menos frequente (cerca de 5%) e a sua incidência é inversamente proporcional à experiência do cirurgião. No caso da cirurgia da HBP, pode haver um período transitório de perdas de urina por urgência miccional, mas a verdadeira incontinência é excecional. A disfunção eréctil causada por este tipo de cirurgia é também uma exceção.”
De acordo com Vera Ribeiro, a informação e preparação são uma vez mais o fundamental. Ou seja: é essencial informar o homem sobre aquilo que se passa na realidade com a sua saúde e de que forma será feito o tratamento, explicando quais podem ser as consequências tanto a nível da sua saúde como da sua qualidade de vida. Assim, explica a psicóloga, “se for uma situação em que possa existir como consequência, a incontinência urinária ou alguma disfunção sexual, o utente deve ser informado dos procedimentos que estarão ao seu alcance para melhoria dessas condições.”
E existem soluções, tanto para a disfunção eréctil quanto para a incontinência. Como lembra o urologista Sanches Magalhães a disfunção eréctil pode ser controlada com recurso a fármacos orais, uretrais ou injetáveis. Vera Ribeiro acrescenta ainda que, nos casos em que é necessária intervenção ao nível da reabilitação sexual, o homem é encaminhado pelo urologista para a consulta de sexologia. A terapeuta lembra que mesmo quando da cirurgia resulta a perda total da ereção, isso não quer dizer que a sexualidade seja perdida para sempre: simplesmente precisará de ajuda a adaptar-se a uma nova realidade sexual.
No que toca à incontinênciapós-prostatectomia radical, o urologista Sanches Magalhães refere que “são frequentes as perdas de urina com esforço nos dias ou semanas após remover a sonda vesical, mas que apenas se recorre a correção cirúrgica ao fim de um ano, uma vez que durante esse período podem sempre haver melhoras. Até lá, pode-se recorrer a tratamentos de fisioterapia para reforço esfincteriano de modo a recuperar mais rapidamente.”
Por fim, é de lembrar o papel importante das mulheres em todo este processo. Por um lado, são quem acaba por insistir e convencer os homens acerca da necessidade de ida ao urologista e, por outro, estão diretamente envolvidas nos medos ou situações de dificuldades sexuais como a disfunção eréctil.
Como frisa Vera Ribeiro, a parceira - que o acompanhará em todo o processo - também terá de ser preparada para todas as fases pelas quais vão passar. Além disso, de acordo com a sexóloga, o apoio da mulher permite tranquilizar em muito o homem face a eventuais consequências sexuais e melhora substancialmente a sua reabilitação, minimizando mitos de que a mulher fique desiludida e que deixe de ter prazer.
Fontes:
- Sanches Magalhães, urologista
- Vera Ribeiro, psicóloga e sexóloga clínica
- Câncer.net (informação revista e aprovada pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica)
Foto: Bob Thomas/Getty Images
Escrito por Sofia Teixeira, com entrevista a Sanches Magalhães, urologista e Vera Ribeiro, psicóloga clínica e sexóloga
Link do artigo: http://saude.pt.msn.com/mentesa/saudeemocional/item/1576-prostataabandoneosseusmedos/1576-prostataabandoneosseusmedos?limitstart=0
"Madrastas muito Más"-Edição de 10 Janeiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Lucília Galha, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Sábado - nº454 Janeiro de 2013
ERRATA: Neste artigo onde se lê Dra Vera Teixeira, deverá ler-se: Dra Vera Ribeiro
"Diz Não (Sem por em risco a tua carreira)"- Janeiro de 2013
Autor do artigo: Jornalista Rita Tilly, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Cosmopolitan - nº249 Janeiro de 2013
"The Ring Effect"- Julho de 2012
Autor do artigo: Jornalista Helena Magalhães, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Happy - nº77 Julho de 2012
"Infidelidade Platónica"- Julho de 2012
Autor do artigo: Jornalista Rita Tilly, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Cosmopolitan - nº243 Julho de 2012
"O Sexo e a Idade - Melhora a sua vida sexual"- Junho de 2012
Dra Vera Ribeiro - Edição Especial da Revista Zen Energy - SAUDE NATURAL, nº41 Junho de 2012
"Por que se trai?"- Maio de 2012
Dra Vera Ribeiro - Revista Happy, nº75, Maio de 2012
"Os Comprimidos do Sexo"- 2012
Dra Vera Ribeiro e Bruno Contreiras Mateus- Revista Domingo do Correio da Manhã/Abril de 2012
"Seja feminina ou masculina, a masturbação tem sempre vantagens de cariz educacional"- 2012
Entrevista entre: Dra Vera Ribeiro e Marco Roque - Revista C Notícias/Fevereiro de 2012
Yes, We Can! sexo e maternidade - 2011
Autor do artigo: Jornalista Mónica Franco, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Lux Woman, nº 125 - Agosto de 2011 pág.139
Sexo, precisa-se! Ultrapasse a falta de desejo sexual - 2011
Autor do artigo: Jornalista Ana Catarina Pereira, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Saber Viver, nº 129 - Março de 2011
Menopausa, as alterações da mulher - 2011
Autor do artigo: Dra Vera Ribeiro - Revista Boa Saúde, nº 3 Dezembro 2010/Janeiro 2011
A sexualidade depois dos 40 - 2010
Autor do artigo: Dra Vera Ribeiro - Revista Boa Saúde, nº 2, Outubro/Novembro – 2010
A nossa amizade dava uma série - 2010
Autor do artigo: Jornalista Paula Santos, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Caixa Woman, nº 5 – 2010
Amar todos os dias é obra! - 2010
Autor do Artigo: Jornalista Ricardo Vilhena, colaboração de Dra Vera Ribeiro, in Jornal 24 Horas, 2010
À descoberta do ponto G - 2010
Autor do Artigo: Jornalista Ricardo Vilhena, colaboração de Dra Vera Ribeiro, in Jornal 24 Horas, 2010
Alimentos Arodisíacos, mito ou verdade? - 2009
Auto do artigo: Dra Vera Ribeiro, in Jornal Correio da Cidade, Outubro de 2009 - 3ªEdição nº 116, III Ano
O Homem Português e a Sexologia - 2009
Autor do artigo: Dra Vera Ribeiro in Jornal Correio da Cidade, Janeiro de 2009 - 1ª edição nº89, III Ano
Os negros levam vantagem no sexo - 2008
Autor do artigo: Jornalista Nuno Manuel Dias, colaboração de Dra Vera Ribeiro - Revista Afro, Impala nº 4 - 2008